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O Poema infinito em cartaz no MAR

O Poema infinito - Foto de Juliana Góes
O poema infinito. (Foto: Juliana Góes).

Exposição permite a interação com obras de Wlademir Dias-Pino.

Por: Juliana Góes.

A exposição “O Poema infinito”, de Wlademir Dias-Pino, está em cartaz no Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR). Com curadoria de Evan

dro Salles, a mostra reúne mais de 800 peças, entre livros, cartazes, objetos, fotografias, desenhos, vídeos e instalações para contar a história de quase 90 anos de vida do artista. O nome da exposição é literal. De acordo com o curador, a obra não possui um começo e um fim, ela consiste em um todo em processo, como um labirinto, no qual cada parte se entrelaça à outra, formando uma red

e de confluências originadas de pontos distintos.

A mostra tem como eixo central quatro poemas de Wlademir Dias-Pino, sendo eles: O dia da cidade, Ave, Solida e Numéricos. Nascido no Rio de Janeiro, o poeta e artista visual e gráfico migrou ainda criança para o Mato Grosso e retornou à capital fluminense para se tornar um dos precursores da poesia concreta, estilo que segue ao longo de suas produções, nos seus quase 89 anos de idade.

Quem chega à mostra pode conferir toda a cronologia artística de Wlademir Dias-Pino. Com trabalhos desde os 11 anos de idade, suas produções fazem parte das articulações das vanguardas após o ano de 1950. Na exposição, os visitantes têm contato direto com a desconstrução total da narrativa para além da palavra, a estrutura tridimensional da leitura do poema no espaço, a antecipação da lógica computacional (poema-índice e poema-máquina) e com o conceito de arte como processo, que gerou o movimento do Poema/Processo.

Poema trecho de Dia da Cidade - Foto Juliana Góes
Poema-trecho de Dia da Cidade. (Foto: Juliana Góes).

Em algumas obras, como A Ave, produzida nos anos 50, é possível perceber e interagir com a poesia concreta do artista. No espaço dedicado ao trabalho, os visitantes notam a desconstrução do texto através do papel. Em outro ambiente, é criado um meio interativo, que permite que o público seja também produtor da arte. O objetivo é criar um modo de experimentar o sistema de escrita e leitura inventado pelo poeta.

Durante toda a mostra, o visitante tem contato direto com as produções, o que permite que a arte seja experimentada sem intermediações. Outro destaque está em Solida, que expõe a não linearidade do poema, o qual o artista extrai palavras, a partir das letras S O L I D A.

A exposição é um dos focos do programa curatorial do MAR, que tem como objetivo apresentar artistas cuja obra encontra pouca circulação no Sudeste e revisar as narrativas da história da arte. O intuito é que o museu se torne o principal repositório da obra do artista e de suas referências, sendo a mostra o ponto inicial do projeto.

Os interessados podem conferir a exposição O Poema do infinito até o dia 5 de junho. A entrada é gratuita nas terças-ferias. Nos demais dias, os visitantes pagam ingresso no valor de R$10 e R$5, sendo inteira e meia, respectivamente. O museu fica aberto de terça a domingo, das 10h às 17h.

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